Do outro lado do túnel, de Kamo-san

O esboço de hoje.
Locomotiva Nanohana. Ferroviária Idzumi.
Vou colorir amanhã.

Na obra de Natsume Sōseki, aparece uma linha ferroviária chamada Kōbu-sen.

Já que existe a linha de Sōbu-sen, não é estranho que exista uma linha que a ligue a Kōshū, chamada Kōbu-sen.

Mas mesmo pesquisando na internet, não aparece nada dessa Kōbu-sen.

Tive de resultado a Ferroviária Kōbu (Kōbu-tetsudō).

 

A Kōbu-tetsudō era uma operadora ferroviária que existia no Japão durante o período Meiji.

Ela fazia a manutenção e administrava a ferrovia que partia de dentro da cidade de Tóquio em Ochanomizu, passava por Iida-machi e Shinjuku, cortava Tamagun e chegava em Hachiōji.

Com a promulgação da lei de Aquisição Nacional das Ferrovias em 1906 (Meiji, ano 39) , ela foi estatizada em 1º de outubro do mesmo ano, se tornando parte da Chūō-honsen (Linha Principal Central).

Shimazaki Tōson em seu diário de viagem também fala dessa “Kōbu-sen”.
A obra é do segundo ano do Taishō, 1913.

Talvez, apesar de ter sido absorvida pela Chūō-honsen, existissem várias pessoas que chamavam a Chūō-honsen de Kōbu-sen, como um vestígio do passado.

Do mesmo jeito que as pessoas de idade, em parte, chamam a estação Okutama de estação Hikawa.

Teve uma época em que Tōson foi professor de inglês no Cursinho Particular de Komoro, logo teve várias oportunidades de andar na Kōbu-sen.

Ele escreveu que de Nakano para frente eram extensões e extensões de campos férteis, até a cor da terra era agradavelmente suave; de modo que, comparando-se aos campos de Shinshū, a sensação era de estar em um jardim.

 

Até hoje quando se passa de Hachiōji e entra-se na linha montanheira, o cenário vira completamente outro.

Dá aquela sensação de “Ah, entrei nas montanhas”, até o ar dentro do vagão se torna outro.

Dentro do trem não dá para perceber, mas a elevação começa a subir pouco a pouco a partir da estação Takao.

Retirado de www.kajima.co.jp.

Mesmo em dias que não se vê neve em Hachiōji, pode acontecer de tudo ficar debaixo da neve, da estação Takao em diante.

Quando eu subi a montanha Kurodake com a Bambi-chan, partindo de Kawaguchi-ko, era um dia desses.

Ao passarmos Takao, a Bambi-chan, que olhava a montanha pela janela, disse que a montanha estava completamente coberta por flores brancas

 

Nem eu, nem ela, somos bons de vista.

O topo da montanha cintilava, recebendo o sol da manhã.

Parece que nevou ontem nas montanhas deste distrito.
Na época, acabara de se tornar abril.

 

A neve vira que nem geada quando anoitece; ela se gruda às folhas sempre verdes nas copas das árvores latifoliadas prestes a dar flor, e fica parecendo que floresceram flores brancas.

Quando descíamos o Kurodake, a neve que derretia e deixava a estrada lamacenta foi um problema; mas quando estávamos andando pela crista da montanha, essas singelas flores de gelo se espalhavam com o vento agradável que fazia, e tivemos a oportunidade de andar por um lugar que parecia mágico.

 

O bom de um país montanhoso como o Japão, é ter um cenário diferente logo do outro lado de um túnel.


Original: 「トンネルを抜けたら」かもさんより
(https://ameblo.jp/m-kamou/entry-12625854510.html)

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