(Em uma noite de outono) & Circo, de Nakahara Chūya
Acordei de um sonho que me destroçou.
Nas costas da humanidade, já se juntam as nuvens negras
Mas a maioria das pessoas ainda não as perceberam
Se perceberam, talvez não houvessem nada o que fazer,
mas quem as percebeu já devem estar mais doentes.
Decadência, simbolismo, cubismo, futurismo,
Expressionismo, dadaísmo, surrealismo, colaborações...
O mundo geme, hesita, murcha,
e tem a cor de bife.
Porém, agora penso que são mesmo
os loucos que conhecem a realidade.
A sanidade é um gongo novíssimo,
Uma noite de outono realmente solitária.
Original:「〔一九三〇年-一九三二年〕(秋の夜に)」中原中也より
(http://www.junkwork.net/txt/mikanshihen/1930-1932/23.AutumnalNight)
Créditos de Masato's Watercolor. |
Em um tempo passado
Houve uma guerra parda
Em um tempo passado
O vento gélido cortava
Em um tempo passado
Aqui e agora um brinde
Aqui e
agora um brinde
O mastro do circo é alto
E ali só um balanço
Um balanço que não se vê
Ponta-cabeça, braços pendentes
Sob o teto sujo de algodão
Nhão, nhom, nhão-nhom
Ali próxima uma luz branca
Exala as palavras “fitas
baratas”
Os espectadores são todos sardinhas
Gargarejam as conchas de
ostras
Nhão, nhom, nhão-nhom
Lá fora
a escuridão, escuro do escuro
A noite perene pálida
E a nostalgia dos malditos
paraquedas
Nhão, nhom, nhão-nhom
Original: 「サーカス」中原中也より
(http://nakahara.air-nifty.com/blog/2012/03/post-ec4a.html)
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